Quando falamos de luto, a maioria das pessoas pensa imediatamente em morte. No entanto, o luto não se refere apenas à morte, mas a qualquer perda significativa. E quais perdas são significativas? Todas aquelas que nos trazem angústia, ansiedade, tristeza e que desorganizam nosso mundo conhecido.
A principal perda reconhecida pela sociedade é a morte, especialmente de pessoas próximas, mas um divórcio, a perda de um emprego, o acometimento de doenças crônicas e/ou degenerativas, a morte de um animal de estimação também são lutos (nem sempre reconhecidos socialmente).
A pessoa que vive um luto se mobiliza afetivamente para recriar seu mundo, e isso pode gerar muito sofrimento. Um luto não se supera e não se resolve, um luto se incorpora. O processo de incorporação da perda pode tomar muitos rumos, e é muito pessoal de cada um, não tem tempo nem roteiro. Não tem fases, intensidades ou modos certos ou errados.
O que mais importa é o acolhimento e acomodação da dor da perda, que traz para o enlutado a possibilidade de habitar um novo mundo, onde aquilo que foi perdido continua a existir na sua história. É essa construção que se busca por meio do processo terapêutico.